» Academia – Academia tem origem no grego ‘akadémia’, “jardim de Academo, perto de Atenas, onde funcionava a escola de filosofia de Platão”, pelo latim ‘academia’. A palavra academia entra na língua portuguesa por volta do século XV por via do francês.
» Aluno – O vocábulo aluno é derivado do latim ‘alumnus’, particípio substantivado do verbo alere (=alimentar, nutrir). A ideia do termo, portanto, é de que o aluno é aquele que está sendo nutrido ou criado. Hoje se sabe que, na construção significativa do conhecimento, o processo é mais complexo, e que não cabe ao professo “alimentar” seus alunos com o conhecimento, mas sim despertar neles a vontade de buscá-lo. De qualquer maneira, não deixa de ser poética a imagem do aluno como ser em desenvolvimento que, com a ajuda do professor, recebe o “alimento da alma e da mente” sob forma de informação.
» Ano letivo – O que termina com o ano letivo? Letivo provém do verbo latino legere, que significa ler. O ano letivo é o período em que há leitura, ou, em sentido amplo, estudo.
» Algarismo – Algarismo sofreu a influência dos árabes, mestres na Matemática. Segundo alguns estudiosos, é proveniente do nome do matemático Al-Huuarizmi, que viveu no século 9.
» Apontador – do latim ‘puncta’, “ponta, voto, ponto no jogo, espetada”. Um objeto ad punctam servia “para apontar”.
» Apostila – do latim post illa, “depois daqueles (ensinamentos do professor)”, dá nome a caderno de exercícios.
» Aula – Vem do grego ‘aulé’, palácio ou corte, pois as primeiras escolas funcionavam em construções anexas aos prédios de reis e religiosos. Do local onde se dava veio o nome da prática. Alguns filólogos admitem que aulé também valia para os pátios das residências, o que torna a origem da palavra menos imponente e mais prosaica.
» Biblioteca – Na origem grega queria dizer uma grande caixa (theké) de livros (biblion). Assim, as escolas que mantêm caixas de livros nas salas de aula podem, de fato, se orgulhar de ter uma biblioteca em cada classe.
» Bic – O húngaro radicado na Argentina Ladislas Biro inventou a caneta descartável em 1953, mas logo vendeu os direitos da novidade para o barào francês Marcel Bich, que morreu em 1994, aos 79 anos, quando seu nome ja era sinônimo da caneta – bic.
» Borracha – O nome deste artigo tão útil parece vir do Espanhol borrar, que significa apagar.
» Cadeira – Sua origem está no grego káthedra, local de assento. A palavra “catedral”, ou seja, o lugar onde fica a mais alta autoridade eclesiástica de uma região, tem a mesma origem. Fazendo analogia, quando alguém conhece algum assunto “de cátedra” é porque é uma autoridade no tema.
» Cadeira – Vem do latim quaternum, de quatuor, “quatro”, porque eles começaram sendo feitos com folhas de tamanho padrão dobradas em quatro e juntadas pela dobra.
» Cálculo – Calculus em latim tinha o significado de pedra, pedrinha, daquelas que, em dado momento, na antiguidade, passaram a ser usadas para contar e calcular preços e posteriormente para ensinar crianças a contar. Calculus deu origem também à palavra ‘cálculo’ (como em cálculo renal), calculus em inglês.
» Caligrafia – Surgiu do grego kalligraphía, indicando uma “escrita bela, estilo admirável”.
» Calouro – do grego, kalógeros, monge grego da ordem de São Basílio ou estudante. Antigamente, os estudantes, como os monges, viviam em congregações. Antes de entrarem para a ordem, tinham a cabeça raspada para exterminar piolhos e lêndeas. Atualmente, calouro é aquele que passou no vestibular.
» Caneta – Vem do Grego káuna e do latim canna, “talo, cana de planta”. Sim, antes se cortava um pedaço de planta adequado, molhava-se a ponta dele em tinta e se escrevia por alguns segundos, até a tinta terminar e a pessoa ter que mergulhar de novo a ponta no tinteiro.
» Cartilha – A palavra cartilha surgiu do grego khártes, “folha de papiro”, de onde vieram também carta e carteira.
» Cola – O produto (para colar papéis) tem origem grega, kólla, que significa “goma”. Mas a origem da gíria escolar parece estar no francês colle, que tem o sentido duplo de “cola, grude” e “dificuldade, problema a resolver”. Quem não estudou para uma prova está, de fato, com um problema, e pode ser tentado a resolvê-lo colando.
» Compasso – O nome dele vem do latim cumpassare, de cum, “com”, mais passare, de passus, “passo”. Dar passos regulares servia para algumas medidas, então esse nome foi aplicado ao instrumento que também serve para medir distâncias num mapa.
» Computador – A origem do nome desse equipamento, criado em 1946 (olha só, parece tão moderno e já tem quase meio século!), está no latim computare, “calcular, contar”.
» Curso – do latim cursus, corrida, carreira – a pé, a cavalo, de carro, de navio. Veio a designar trajeto, viagem, voo, caminhada e duração. Neste último sentido, designa o período em que um aluno fica na escola – curso primário, curso secundário, curso superior, curso de pós-graduação. Alguns cursos superiores podem ser feitos a distância, sem que o aluno vá à universidade, a não ser para poucas aulas presenciais e para algumas provas.
» Desenhar – Do latim designare, “”marcar, representar, ordenar, arranjar”.
» Dicionário – do latim dictionarium ou dictionarius, dicionário, repertório de dictio, que se pronuncia “dícsio”, pois esse “t” tem som de “s” em latim. É por isso que em português se escreve dicionário, com “c”, de som equivalente ao do “s”. O dictionarium da antiga Roma não era de verbetes, como os de hoje, mas, sim, de expressões, frases, daquilo que era dito e como era dito. O primeiro dicionário de que se tem registro é chinês, feito por Hou Chin, em150 a.C. No alvorecer do século XVI surgiu o primeiro dictionarium de várias línguas, cuja língua-base era o latim, obra do humanista italiano Ambrogio Calepino (1440-1510).
» Diploma – do grego diploma, documento oficial expedido em duplicata e queria dizer “papel dobrado”. No latim conservou a mesma forma, daí vindo para o português. Originalmente era uma peça oficial gravada em placa dupla de bronze, formando um díptico, segundo ensina Antenor Nascentes. Foi no Renascimento que os eruditos passaram a usar o vocábulo para designar os atos mais solenes das autoridades. Atualmente são documentos que comprovam a obtenção de um título. É nesse sentido que recebem diplomas tanto os formandos de um curso superior como os eleitos para cargos políticos. O diploma de fato é grande, mas ninguém tem coragem de dobrá-lo, talvez porque seja tão difícil conquistá-lo.
» Docente – O vocábulo docente veio do latim docens, docentis que era o particípio presente do verbo latino docere que significa ‘ensinar’. Este verbo veio da raiz indo-européia dek, dak, de que dimanam, através de transformações materiais e semânticas, os verbos gregos dékomai, didásko, dókeo, com inúmeros derivados. Docente seria aquele que ensina, instrui e informa. Sua datação, na Língua Portuguesa, seria de 1877.
» Educar – Vem do latim educare, por sua vez ligado a educere, verbo composto do prefixo ex (fora) + ducere (conduzir, levar), e significa literalmente ‘conduzir para fora’, ou seja, preparar o indivíduo para o mundo. É interessante observar que o termo ‘educação’ em português possui uma conotação não encontrada na palavra education do inglês. Enquanto que em português a palavra pode ser associada ao sentido de boas maneiras, principalmente no adjetivo ‘educado’, em inglês educated refere-se unicamente ao grau de instrução formal.
» Escola – Este vocábulo já era usado pelos gregos. Na língua dos helenos, o vocábulo skholê, ês significava ‘descanso, repouso, lazer, tempo livre; estudo; ocupação de um homem com ócio, livre do trabalho servil, que exerce profissão liberal, ou seja, ocupação voluntária de quem, por ser livre, não é obrigado a; escola, lugar de estudo’; para comentários do ponto de vista semântico. Passou para a língua latina onde era encontrado como schòla, scholae significando ‘lugar nos banhos onde cada um espera a sua vez; ocupação literária, assunto, matéria; escola, colégio, aula; divertimento, recreio’.
» Escola/Liceu – Alguns alunos podem até duvidar, mas antigamente a escola era encarada como uma bela diversão. Na Grécia Clássica, estudar era uma atividade possível apenas para aqueles privilegiados que não precisavam trabalhar. Daí que o nome scholé, depois schola no latim, designava lazer, descanso ou alguma atividade feita na hora do descanso, como… estudar! Do que se fazia nessa hora derivou o local onde as pessoas se divertiam, quer dizer, estudavam. Portanto, quando fazemos da sala de aula um lugar prazeroso, estamos, de fato, retornando às origens. Já a palavra liceu se refere ao local onde Aristóteles ministrava suas aulas, o lykeion. Durante o Império Romano, lycaeu ganhou o sentido de “escola onde os jovens podiam dominar alguns ofícios”. A mesma ideia prevaleceu no Brasil, como prova o Liceu de Artes e Ofícios.
» Escrever – Scribere, em latim, quer dizer “traçar, marcar com estilo”.
» Estudante – Vem do latim studiosus, palavra que designava a pessoa dedicada, que gosta de algo, que é zelosa. O estudante é, por definição, aquele que ama o que faz, que ama aprender.
» Gincana – Do inglês gymkhana, com provável origem no hindustani gend khana, “casa de bolas”.
» Giz – Aqueles pedaços de calcário reduzidos a pó e transformados em bastão, principal instrumento de trabalho, vêm do grego gypsos, que quer dizer gesso.
» Gramática – a palavra vem do grego, tendo passado pelo latim. ‘Grammata’, em grego, significava “letras” (do alfabeto). Para uma época em que a maioria era analfabeta e a misteriosa arte de escrever era uma área de conhecimento exclusiva dos poucos escolarizados, a palavra assumiu um sentido de coisa incompreensível, até mesmo relacionada à magia negra. Não sem razão, a gramática ainda tem essas conotações até os dias de hoje…
» Jogral – O provençal joglar (ou juglar) vem de joculare, que motivou o adjetivo latino jocularis, “divertido, engraçado, ridículo”.
» Lápis – Vem do latim lapis, pedra. Há notícias de seu uso desde o século 16, na Itália. Os lápis nessa época eram feitos de um mineral chamado plombagina, proveniente da Inglaterra. Quando a França entrou em conflito com os ingleses, a matéria-prima tornou-se rara. Comprovando que a necessidade é o grande combustível das invenções, o químico Nicolas-Jacques Conté conseguiu fabricar lápis usando uma mistura de grafite, pólvora e terra argilosa.
» Lattes – vem da Plataforma Lattes, do CNPQ, acervo de currículos de professores que homenageia o físico paranaense César Manuseto Giulio Lattes (1924-2005).
» Laptop – Neologismo norte-americano que significa “sobre” (top) o “colo” (lap) – computador que se carrega no colo, talvez em analogia com a expressão lap dog, cachorrinho de estimação que fica muito no colo do dono.
» Livro – O termo “livro” nos remete, em várias línguas, a palavras relativas a árvores. Na maioria das línguas latinas (libro em espanhol e italiano, livre em francês) veio do latim liber, a fina camada fibrosa entre a casca e o tronco da árvore que, depois de seca, pode ser usada para escrever (e realmente era, num passado longínquo). Já nas línguas de origem anglo germânicas (book em inglês, Buch em alemão e boek em holandês) o termo advém de bokis, nome da árvore que hoje se chama beech em inglês, da qual se faziam tábuas onde eram escritas as runas, uma antiga forma de escrita da Europa do Norte.
» Lousa – A origem da palavra lousa está no tipo de material usado na fabricação, e não no formato. Lausiae, em latim, identifica pedra lisa semelhante à ardósia utilizada na construção de lápides e, claro, de lousas.
» Merenda / Lanche / Refeitório / Cantina – Do latim merere, “merecer”, veio a palavra merenda. Lanche nasceu do inglês lunch, almoço rápido. Refeitório surgiu de refectorius, o lugar de refeição nas comunidades religiosas durante a Idade Média. E cantina veio do italiano e significava “caverna”. Era o lugar onde os militares guardavam vinho durante as campanhas. Falando em comida, você sabia que a palavra “paladar” vem do latim palatum porque os romanos acreditavam que era no céu da boca (o palato) que os sabores eram identificados, e não na língua?
» Nota – Uma nota ruim pode marcar o aluno e, muitas vezes, está por trás da evasão — quando essa marca se repete. Você certamente viu esse veredicto em muitos livros e ouviu em palestras de educadores. Pois o mal já estava detectado na origem latina. Nota tanto pode designar “sinal, marca” como “tatuagem, marca feita com ferro em brasa”.
» Palmatória – O instrumento “educativo” de tortura, felizmente extinto, tem origem na expressão latina palmatoria ferula, que significa varinha de palmeira. Os “bolos” eram dados na palma das mãos, mas a origem da expressão remete à árvore.
» Papel – Os cadernos são formados por folhas, cujo nome vem do latim folia, plural de folium, “folha de vegetal”. Aqui se revela de novo a importância da agricultura na formação das palavras latinas. Atualmente, as folhas são de papel, que veio do Grego pápyros, provavelmente derivado de algum idioma oriental. No latim era papyrus e acabou virando papel na Península Ibérica.
» Papel almaço – Esse papel era fabricado em maços e o nome vem do português antigo a lo maço.
» Pedagogo – Na Grécia Antiga, o escravo encarregado de levar a criança para as escolas era chamado de paidagogus. Curiosamente, a mesma palavra gerou também o adjetivo “pedante”, embora o verdadeiro educador não deva ser nem escravo nem pedante.
» Prefácio – Vem do latim praefatio, aquilo que é dito (fatio) antes (prae). Praefatio sacrorum era a fórmula pronunciada antes de uma cerimônia sagrada.
» Problema – Etimologicamente, significa “lançar-se à frente”, pois surgiu do prefixo grego pró, “diante, à frente”, mais bállein, “pôr, colocar, lançar”. Daí o sentido de algo que precisa ser transposto, o que gerou, inclusive, o termo geográfico “promontório””. No latim, gerou propositum (pro, com o mesmo significado do grego, e positum, “posto, colocado”).
» Professor – do latim professore, “aquele que faz declaração, manifestação”.
» Quadro-negro – A palavra “quadro negro” é duplamente equivocada. Primeiro, porque poucos quadros ainda são negros; segundo, porque ‘quadru‘, em latim, significa quadrado, e a maioria dos quadros (verdes, brancos) usados nas escolas são, de fato, retangulares.
» Régua – Vem de regula, do latim, “padrão, bastão estreito, vara de medida”.
» Reprovação – Vem do latim reprobare, sinônimo de “rejeitar, recusar”.
» Salário – A palavra salário (remuneração, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empregado) tem como origem a utilização do sal, em Roma, para o pagamento de serviços prestados. O sal foi uma moeda–mercadoria; de difícil obtenção, principalmente no interior dos continentes, era muito utilizado na conservação de alimentos.
» Sirene – Aquele estridente sinal que indica o fim da aula vem da palavra latina sirena e significa “sereia”. Nada mais distante de um canto de sereia que uma sirene de escola, não é?
» Solução – A palavra solução vem da palavra latina solutio, que carrega o sentido de “decompor, dissolver, derreter e dissipar”. O problema tem de sofrer todo um trabalho de análise e divisão para ser compreendido e, por fim, resolvido.
» Texto – Vem do latim texere (construir, tecer), cujo particípio passado textus também era usado como substantivo, e significava ‘maneira de tecer’, ou ‘coisa tecida’, e ainda mais tarde, ‘estrutura’. Foi só lá pelo século 14 que a evolução semântica da palavra atingiu o sentido de “tecelagem ou estruturação de palavras”, ou ‘composição literária’, e passou a ser usado em inglês, proveniente do francês antigo texte.
» Tinta – Este nome vem de acqua tincta, do latim, que queria dizer “água pintada, colorida”. Tincta é o particípio de tingere, “colorir, tingir”.
» Universidade – Assinalam os estudiosos que o vocábulo veio do latim universìtas, universitátis significando ‘universalidade, totalidade; companhia, corporação, colégio, associação’; Historicamente o vocábulo seria do século XIV.