Caramuru do tupi karamu’ru, peixe de mar. Caramurus foram chamados os políticos que se opuseram à decretação da maioridade de dom Pedro II (1825-1891), que tinha apenas 3 anos quando a independência do Brasil foi proclamada pelo pai dele, dom Pedro (1798-1834).
Caramuru é também o título de um poema de frei José de Santa Rita Durão (1722-1784), cujo tema é a história da Bahia. Repleto de descrições de caráter informativo, é um dos primeiros inventários de usos, costumes, crenças e temperamento dos índios brasileiros e da exuberante paisagem baiana. O poema só entra no assunto do Canto I, o naufrágio, depois de loas e dedicatórias, em especial a dom José I (1714-1777). Nas últimas estrofes do Canto X, o último, são exaltadas a liberdade dos índios e sua conversão ao catolicismo.
Tupã do tupi tu’pã, deus do raio, do fogo, do trovão, do rio. Foi invocado pelos índios quando a arma do português, que desde então passou a ser chamado Caramuru, soltou fogo pelo cano e o tiro deu um estrondo, evocando o poder de um deus.
Acolhido pelos índios, o cacique Taparica deu-lhe como esposa sua filha Paraguaçu, 20 anos mais nova do que o noivo, primeira brasileira a ter registro de nascimento, feito na França com o nome de Catarina Alves Paraguaçu (1495-1583), depois viúva dele por 26 anos. O nome foi homenagem à rainha Catarina de Médicis (1519-1589) e ao rei Henrique II (1519-1559), soberanos franceses então no poder.