A palavra “aperreado” tem origem na colonização espanhola e nos ataques aos nativos utilizando cães
“Estou aperreado”. “Não me aperreie, menino!”. Quem, no Nordeste, nunca ouviu uma frase assim? Usar “aperreado”, “aperreio”, no sentido de estar chateado, incomodado, em uma situação difícil, faz parte do vocabulário corrente dos nordestinos. Mas de onde é que vem essa palavra, afinal?
Aperreado tem origem na palavra perro, que em espanhol significa cachorro. Aperreamiento (aperreamento em português), então, significaria literalmente ser alvo do ataque de cães. O surgimento da palavra veio da prática de atiçar cães ferozes contra nativos, na época da colonização do Brasil, com o intuito de assustá-los. Aperreado não é sinônimo de “agoniado”, “aflito”, mas de “dilacerado ou comido por cães”.
Segundo o Portal do Dog, acredita-se que os primeiros cães que chegaram à América, vieram da Europa com Cristovão Colombo, em sua segunda viagem, no ano de 1493. Localmente, a região já contava com os cães das mais variadas cores e tamanhos, e um em particular que de tão manso que era, ganhou o apelido de “cão mudo”. Eram conhecidos na língua náuatle (também conhecida como asteca) pelos nomes de techichi ou itzcuintli, e já haviam sido domesticados pelos índios para serem companhia das crianças. Apesar de serem encontrados em abundância, o fato de sua carne ser consumida causou sua eventual extinção.