Dando conta de que não são necessárias muitas palavras para um bom entendimento entre as pessoas, esta frase está coberta de sutilezas, pois sugere que os interlocutores compreendem o sentido exato do que se diz por meio das mais leves alusões. As vezes, é pronunciada também como advertência ou ameaça disfarçada de boas intenções.
Os franceses são ainda mais sintéticos: para bom entendedor, meia palavra. Frase proverbial, este dito recomenda a concisão no falar, nem sempre aceita pelos latinos, cuja exuberância vai além da fala, nem sempre aceita pelos latinos, estendendo-se também aos gestos. Entretanto, seus dois registros mais famosos foram feitos por autores espanhóis: Fernando de Rojas (1465-1541), na célebre comédia “A Celestina”, e Miguel de Cervantes (1547-1616), em “Dom Quixote”, mas com a variante A buen entendedor, breve hablador.
Exemplos de que não parecemos bons entendedores são nossas leis, inclusive nossa constituição. No Brasil há leis definindo, para efeitos de comercialização, o que é ovo e que tipo de multa deve levar um carroceiro na cidade de São Paulo.