O uso dos porquês é um dos assuntos da língua portuguesa que mais causa dúvidas entre os falantes. Para que o emprego dos porquês seja feito de forma correta, é essencial entender e distinguir as quatro formas: porque, porquê, por que ou por quê.
1. Use “por que” (separado, SEM acento):
Em frases interrogativas.
Ex.: Por que você me deixou esperando todo esse tempo?;
Por que você não se habitua a ler jornais.
Em afirmações, desde que no seu emprego esteja a idéia de motivo, causa, razão, pelo qual, para que.
Ex.: Não sei por que esse aluno é tão rebelde;
O deputado explicou por que precisa de mais tempo para apresentar seu relatório; Era o apelido por que (pelo qual) era conhecido; O assessor estava ansioso por que começasse a votação.
2. Use “porque” (tudo junto, SEM acento):
Quando a pergunta é acompanhada de uma hipótese de resposta.
Ex.: Você não votou porque é contrário ao projeto?
Essa medida provisória merece prosseguimento na tramitação porque é urgente?.
Quando uma locução introduz uma explicação, um motivo.
Ex.: O deputado disse que votou contra o projeto porque o considerou lesivo aos interesses do país.
3. Use “por quê” (separado, COM acento):
Quando colocado no final da frase ou antes de pausa, tiver o sentido de motivo, razão pela qual.
Ex.: O cantor estava inquieto, sem saber por quê;
Advertido pelo presidente da Mesa, o deputado quis saber por quê
ninguém lhe dava atenção. Você faltou à aula por quê?.
4. Use “porquê” (tudo junto, COM acento):
Quando for substantivado (ou seja, usado como substantivo), no lugar de um desses: motivo, causa e forma, com a preposição “por”, uma só palavra.
Ex.: Não entendo o porquê da sua revolta;
A mãe deixou de fazer o almoço e não explicou o porquê;
Há muitos porquês para a queda do edifício