O islandês é uma língua derivada do nórdico antigo que os vikings falavam na Escandinávia há muitos séculos e permaneceu praticamente intacto há mil anos. A evolução foi tão pouca que os islandeses ainda conseguem ler sem muita dificuldade as sagas viking na linguagem original. Esta língua pertence a família das línguas germânicas, a qual englobam-se os idiomas alemão, inglês, holandês e todas as línguas escandinavas com excessão do finlandês.
Esse idioma complexo quase desapareceu na época em que a Islândia fez parte da Dinamarca e dava-se preferência ao dinamarquês nas escolas. Com o movimento nacionalista, o idioma islandês foi resgatado. Nos anos 60, um movimento a favor da pureza linguística ganhou força e foi criada uma instituição cuja principal função é evitar o estrangeirismo no idioma.
Sempre que um termo surge para invenções modernas, como computador, telefone celular, blog, Facebook, outlet ou app, os islandeses criam um nome islandês apropriado com base em raízes nórdicas e vocabulários pré-existentes e até mesmo na reciclagem de palavras arcaicas.
Alguns exemplos interessantes: computador é tölva (pitonisa dos números), telefone é sími (cabo), eletricidade é rafmagn (magia âmbar) e televisão é sjónvarp (espelho que emite imagens). Existem também alguns termos estranhos. Os alemães são os “defensores da nação” e as grávidas são as “não leves” (ou seja, pesadas).
O purismo linguístico na Islândia enfrenta desafios principalmente por conta da prevalência do inglês na mídia e na cultura. Por conta do mercado limitado até mesmo muitos dos músicos locais escolhem cantar em inglês. Mas nada disso quer dizer que os islandeses resistam a utilização do inglês. Pelo contrário, a maioria deles é fluente em inglês e aceita que o islandês precisa evoluir para se manter vivo mesmo que isso signifique que alguns estrangeirismos ocasionalmente deslizem pelas rachaduras e entrem na língua. Com menos de 400 mil pessoas falando o islandês, a preservação é uma batalha constante.