“Risco de vida” ou “Risco de morte”
As duas expressões estão corretas e são sinônimas. Tanto risco de vida quanto risco de morte querem comunicar a mesma coisa: estar correndo perigo de perder a vida.
A expressão “risco de vida” foi e continua sendo a mais utilizada pelas pessoas, apesar do uso de “risco de morte” ter aumentado significativamente após a primeira expressão ter sido contestada pela sua semântica.
Sobretudo, ela não deixa de ser válida, uma vez que é usada no sentido de risco para a vida ou risco de perder a vida, onde as palavras “perder” e “para a”, nesse contexto, ficam subtendidas.
O plural de aparelho de ar-condicionado
O plural é Aparelhos de ar-condicionado. Se você queria o plural de “ar-condicionado”, seria “ares-condicionados”. Porém, prefira utilizar: “Condicionadores de ar”.
“Muito pouca” ou “Muita pouca”
O certo é “muito pouca comida”. Segue a explicação:
1. “Pouca comida” – POUCA é um pronome adjetivo indefinido porque acompanha um substantivo (=comida). Os pronomes concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem: “poucas pessoas”; “muita saúde”; “tantos livros”; “provas bastantes”
2. “Muito pouca comida” – MUITO é um advérbio de intensidade pois se refere ao pronome adjetivo (=pouca), e não ao substantivo. Os advérbios não apresentam flexão de gênero e número: “Elas estão muito satisfeitas”; “Os jogadores estão pouco confiantes”; “As alunas ficaram bastante felizes”
“Entre si” ou “Entre eles”
a) Usamos ENTRE SI, sempre que o sujeito pratica e recebe a ação verbal: “Os políticos discutiam entre si”. Aqui, o sujeito (=os políticos) pratica e recebe a ação verbal.
b) Usamos ENTRE ELES, quando o sujeito é um e o complemento é outro: “Nada existe entre eles”. Nesse caso, o sujeito é “NADA” e o complemento é “ENTRE ELES”.
“Perca” ou “Perda”
As duas palavras em questão existem, porém com significados diferentes.
Significado das Palavras
Perda – tem origem na palavra em latim perdita. O mesmo que sumiço, dano, extravio, fim.
Perca – forma conjugada do verbo perder na 3ª pessoa do singular do imperativo 1ª ou na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo. Perder refere-se ao ato de ficar sem algo e tem sua origem na palavra em latim perdere. Perca pode significar ainda um peixe de água doce, sendo pronunciada com a vogal aberta (pérca).
Palavras Sinônimas
Perda – diminuição, prejuízo, destruição, extravio, derrota, morte, condenação, privação, etc.
Perca – corromper, estragar, deixar, esquecer, atrapalhar-se, desapoderar, absorver-se, etc.
“Companhia” ou “compania”
A forma correta de escrita da palavra é companhia, com nh. A palavra compania, com n, está errada. O substantivo feminino companhia se refere ao ato de acompanhar ou ser acompanhante de alguém, bem como à convivência entre pessoas. Pode significar também uma associação, uma comitiva ou uma firma com vários sócios.
Companhia é sinônimo de acompanhamento, presença, acompanhante, companheiro, contato, convivência, convívio e intimidade, bem como de grupo, associação, círculo, clube, comitiva, cortejo, firma e sociedade.
“Em baixo” ou “embaixo”
Embaixo deve ser escrito sempre junto. A confusão se deve ao fato de “em cima” ser escrito separado. Lembre-se do “V” da vitória: embaixo junto, em cima separado.
Um ou dois “vai” ou “vão”
Ao usar UM OU DOIS, o verbo vai para o singular ou para o plural?
Por exemplo, um ou dois problemas precisa (ou precisam) ser solucionado (ou solucionados)? Quando usamos a conjunção OU, com valor de “exclusão” ou de “dúvida”, o verbo deve concordar com o que está mais próximo:
- “Ou eu ou você terá de viajar a Brasília para resolver o problema.”
- “Ou você ou eu terei de viajar…”
- “Ladrão ou ladrões invadiram a mansão do Morumbi”.
Portanto, a resposta é: “Um ou dois problemas precisam ser solucionados”.
“Antiguidade” ou “Antigüidade”
O trema foi abolido. Isso significa que o seu uso não é mais obrigatório em palavras em que ocorrem os grupos qüe, qüi, güe e güi: freqüente, conseqüentemente, seqüestro, delinqüente, tranqüilo, qüinquagésimo, qüinqüenal, agüentar, enxágüem, averigüemos, lingüiça, pingüim, argüição, ambigüidade…
Segundo o novo acordo ortográfico, o correto agora é escrever sem trema: frequente, consequentemente, sequestro, delinquente, tranquilo, quinquagésimo, quinquenal, aguentar, enxáguem, averiguemos, linguiça, pinguim, arguição, ambiguidade…
A pronúncia continua a mesma
O trema só era facultativo em palavras de dupla pronúncia: sanguinário ou sagüinário, liquidação ou liqüidação, antiquíssimo ou antiqüíssimo, antigüidade ou antiguidade…
Com a implantação do novo acordo ortográfico, a pronúncia continua facultativa, mas a grafia oficial é sem trema: antiguidade.
“Vai vir” ou “Vai vim”
Primeiro, é preciso saber que a forma verbal VIM existe sim!
Vim é a primeira pessoa do singular, do pretérito perfeito do indicativo, do verbo VIR: “Eu sempre VIM a esta casa com grande prazer”. Porém o que está em discussão é o uso da forma VIM em lugar do infinitivo VIR: “Ele não vai vim” (= VAI VIR); “Vocês não vão vim?” (= VÃO VIR); “Você pode vim sempre que quiser” (o certo é PODE VIR).
Em vez de “vai vir” e “vão vir”, prefira ELE VIRÁ e ELES VIRÃO.
“Estou à toa” ou “Estou à-toa”
Antes do novo acordo ortográfico era assim:
a) À TOA = “a esmo, ao acaso, sem fazer nada” (locução adverbial de modo = refere-se ao verbo): “Passou a vida à toa”; “Anda à toa pelas ruas”.
b) À-TOA = “inútil, desprezível, desocupado, insignificante” (adjetivo = acompanha um substantivo): “Era uma mulher à-toa”; “Não passava de um sujeitinho à-toa”.
Com o novo acordo ortográfico, não devemos mais usar o hífen nesse caso. Assim sendo, a forma adjetiva não tem mais hífen: “mulher à toa”; “sujeitinho à toa”, “probleminha à toa”, etc.
Excessão ou Exceção
O correto é EXCEÇÃO, pois geralmente aplicamos de forma errada uma regra. Erro muito comum. A regra seria essa: o que sucede é sucessão, o que excede é excessão.
Erramos pois a palavra exceção não se assemelha com exceder. Pois o que excede é excesso, não é exceção. A palavra exceção vem de excetuar não de exceder.